Edmilson revolta-se com a acusação de que paraenses são “ladrões de energia”
![Edmilson Rodrigues em reuniao na Aneel e no Ministerio das Minas e Energias (7)](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_v6tW30kO5NhHgdWXRBXBZ5NBL3wY0J668PmrMUF69pB82DFk08aemLJQC4l1UKV89gWKnNqnJI0J-Mv4hDSsqtsTKRY573nAq5tkfA7Y-73b33MVyIBRRYE-03pcBdxYal4No_FKtHwuQUwB1j1eaRhdDZ_A42-JTBSTbiofcT0rWhFf8LACiqb6eykO7O7XWKkvUDYx_nNd5Lt4358LMfwYkOU2tz-ST8NAOgAS8jb_ragVzklrguXQ=s0-d)
Edmilson em reunião com o diretor da Aneel, Reive Barros.
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) fez parte da comissão
paraense de lideranças políticas e empresariais que foi a Brasília,
nesta quinta-feira, 4, reivindicar a revisão do aumento da tarifa de
energia elétrica no estado. O reajuste autorizado pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) foi de 34% para os consumidores residenciais
e 36% aos grandes consumidores. Mas a comissão não obteve avanços nas
reuniões com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia. “Saio daqui com
uma frustração. Eles serão os responsáveis pelo aumento dos ‘gatos’
porque o povo não tem condições de pagar”, avaliou Edmilson.
Na primeira reunião, na Aneel, o grupo foi recebido pelo diretor
Reive Barros. Ele disse que o aumento se deveu à elevação do custo de
energia e confirmou que a concessionária Celpa ficará com apenas 1,6% do
reajuste concedido. Reive disse que a agência nada pode fazer para
mudar a situação.
“Com a privatização da Celpa, a tarifa de energia
ficou 400% mais cara, muito acima da inflação acumulada desde 1998, de
180%. Não há justificativa plausível para esse aumento.
O Pará é
superavitário na produção de energia, consome apenas 2% do que produz.
No entanto, paga o kilowatts/hora mais caro do país, de R$ 0,49. O
governo federal tinha que apontar uma solução”, criticou Edmilson.
![Edmilson Rodrigues em reuniao na Aneel e no Ministerio das Minas e Energias (1)](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vqjTDtfi_6yHQpe9gTjtAV355aXNF917A4S0mh9CQ8pitCdCAxcmSVNuyzGgN5pqMUltKz6OAhhXj_r579UuboLKco_3IdRGHr2cRrH4Bc5rRFVQVjsT6za9rMiGI1Fkq5EqOBCdawoYgMIZpSXIx2ID07xqe7jLNZDs2CJ6Oga_cNIeMkmlINr7l7iUyH4cHwqhCCInuZzTOY_qTTJgKDv-pryaprinkliLKj1F37gMB7S_8Wdb3f4A=s0-d)
Edmilson em reunião com o secretário de energia elétrica do Ministério das Minas e Eenergia, Hildon Wilson Grüdtner.
O psolista voltou a lembrar que o governo estadual também tem
responsabilidade sobre a cara tarifa de energia devido ao Imposto sobre
Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) de 25% sobre o consumo. Mas o
governo tucano vem ignorando a cobrança pública de Edmilson para que
abra mão de parte do imposto, aliviando o peso do reajuste no bolso do
consumidor.
Foi na reunião com o secretário de energia elétrica do MME, Hildon Wilson Grüdtner, que o
clima
ficou tenso entre os membros da comissão e o dirigente federal. O
secretário justificou o aumento pelo elevado índice de roubo de energia
na Amazônia e alegou que o Pará já recebe muitos benefícios em energia
elétrica, como o Luz para Todos e a redução da tarifa de 20% concedida
no ano passado. “Isso não é verdade. Muitas comunidades ainda vivem no
escuro no Pará, inclusive, na própria
cidade
de Tucuruí, que possui a segunda maior hidrelétrica do Brasil. Sobre a
redução de 20%, nos dois anos anteriores, a energia encareceu 11% e
12,7%, portanto, esse benefício sequer cobriu os reajustes anteriores,
enquanto
outros estados tiveram ganho”, contestou Edmilson.
O deputado do PSOL fez duras críticas à política de construção de
hidrelétricas na Amazônia, acusando o governo federal de beneficiar
empreiteiras e de permitir a cartelização do mercado. “O MME pagou
consultorias
que concluíram pela potencialização do sistema de usinas existente para
aumentar a eficiência, em vez de construir novas usinas. Eles falam em
liberdade de mercado, mas a energia está fora de parâmetro. Pagamos o
dobro de energia de algumas concessionárias, como a Eletropaulo, que
paga R$ 0,29 o kilowatts/hora”, criticou. Hildon criticou o rigor da
legislação para a construção de hidrelétricas, quando o deputado
defendeu a mudança da matriz energética, com
investimentos em energia fotovoltaica, que é praticada em outros países.
Fotos: Rafael Lavenère