Localizado em uma Floresta Nacional, parque traz retrato da Amazônia.
Além de roteiro turístico, local investe na preservação da biodiversidade.
Parque Zoobotânico de Carajás é atração em Parauapebas (Foto: Divulgação / Vale)
A natureza de
Parauapebas,
no sudeste do Pará, é conhecida em todo mundo por causa da Serra dos
Carajás, uma das maiores jazidas do planeta. Porém, a região não possui
apenas riqueza mineral: saindo de Parauapebas pela rodovia PA-275, é
possível chegar ao Parque Zoobotânico de Carajás, uma viagem de
aproximadamente meia hora que revela a beleza da floresta amazônica.
O analista ambiental Leandro Jordy mostra o parque
para os visitantes (Foto: Divulgação)
“Além de zoológico, é um parque também botânico. O visitante pode ver a
autêntica fauna e flora da Amazônia. Não há plantas ou animais
exóticos, de outras regiões, como elefantes, leões. Existem hoje 270
animais entre mamíferos, aves e répteis, de 75 a 80 espécies diferentes,
soltos no parque, no habitat muito próximo do natural”, diz Leandro
Jordy, analista ambiental, responsável pelo parque.
O parque tem uma área equivalente a 30 campos de futebol. A maior parte
deste terreno é de floresta nativa - apenas 30% do espaço é de área
construída. Dentro do parque, o visitante tem contato com macacos,
araras e antas que vivem livremente, além de conhecer exemplares de
espécies vegetais. Por mês, cerca de 10 mil pessoas passam pelo local,
que foi inaugurado em 1985.
Turistas que já foram ao local destacam a experiência de conhecer de
perto as características da Floresta Amazônica como o principal atrativo
do passeio. O estudante Pedro El-Corab, 20 anos, natural de São João
Del Rey, em Minas Gerais, visitou o local quando seu pai morava no
município, e lembra da experiência do contato com a floresta Amazônica
em Parauapebas. “Gostei muito do parque, achei muito interessante o fato
de estar localizado no meio da floresta Amazônica. Isso faz com que a
gente veja os animais e consiga imaginá-losno meio da floresta, vivendo
livremente. Gostei bastante também do tratamento dos animais todos
bonitos, sinal de que não são maltratados e vivem bem no Parque”, conta
Rota ecológica atrai turistas
Chegar no parque zoobotânico é uma atração adicional: saindo de
Parauapebas, o turista observa paisagens diferentes da Amazônia, como as
serras de aspecto ferroso e cor avermelhada, influência dos minérios da
região. A mata densa também é outra característica marcante, já que o
parque está dentro da Floresta Nacional de Carajás. Para chegar ao
parque, o visitante precisa se identificar na portaria da Flona antes de
seguir viagem, já que a atração fica 26 km após a entrada da área
preservada.
A bancária Carmem Blanco, de 57 anos, que mora em Belém, ficou
maravilhada com a possibilidade de conhecer esta outra região do estado,
diferente da capital paraense em termos de biodiversidade e geografia.
“Foi um prazer enorme subir a serra, um passeio muito particular. Fiquei
realmente deslumbrada, é muito diferente, não sabia se estava realmente
no Pará. A gente vê a paisagem mudando, uma paisagem atípica, cada
coisa linda, aquela estrada íngreme. Fiquei impressionada com o
orquidário e o borboletário!”, diz.
O servidor público Victor Hugo Santos, 26 anos, também compartilha a
impressão de Carmem. Ele mora em Belém e aproveitou uma visita ao
sudeste do estado para conhecer o parque. “Nunca tinha ido para o sul do
Pará e é uma visão diferente de Amazônia, desde a estrada que dá acesso
ao parque. No passeio aparece muito bicho também e isso é bem
interessante”, conta.
Taíssa Rodrigues ao lado do marido, Willian
Ferreira, no parque.
(Foto: Taíssa Rodrigues/Arquivo pessoal)
A advogada Taíssa Biolcati Rodrigues, 27 anos, mora há dois anos e meio
em Parauapebas, e considera o parque uma boa opção de lazer na região.
“Tem muitos animais, de várias espécies, como macacos, aves e muitas
espécies de árvores diferentes também. É bom para levar as crianças para
conhecer os animais”, diz. Ela fala ainda sobre uma ação do parque,que
considera especialmente interessante. “Cada pessoa importante que vai lá
planta uma árvore e fica uma placa. Tem até do Príncipe Charles e da
Lady Di!”, informa, sobre a visita dos representantes da corte britânica
em
1991.
Cerca de 70% da área do parque é de vegetação nativa (Foto: Divulgação / Vale)
Visitas guiadas
O parque dispõe de serviço de visitas guiadas para grupos de turistas,
escolas, instituições, que precisam ser agendadas previamente. Se o
passeio não for agendado, existem sinalizações por todo o parque, que
orientam o caminho a ser seguido. Além disso, o parque tem programação
diversificada durante o ano inteiro com atividades como trilhas
ecológicas, jogos educativos, exibição de filmes e exposições.
Para atender ao público, o parque conta com 23 profissionais, entre
equipe administrativa, veterinário, biólogo, analistas em meio ambiente e
sustentabilidade, identificadores botânicos, técnicos em meio ambiente e
tratadores de animais.
Animais da fauna da Amazônia, como a onça, atraem visitantes ao parque (Foto: Divulgação / Vale)
No parque não existem locais para alimentação. Se o visitante quiser
serviços de restaurante, será necessário voltar ao núcleo urbano de
Carajás, distante 500 metros da entrada do parque.“É tudo muito
organizado, dá para perceber que o parque tem uma função de preservação
do meio ambiente. É muito limpo também. Por ser um parque, as pessoas
podem pensar que podem levar comida, mas eles estão atentos. É tudo bem
sinalizado. Tem muitas árvores, é muito bonito mesmo”, ressalta o
turista Hugo Santos.
Gavião Real e outras atrações
Entre os habitantes ilustres do parque está um casal de gaviões reais,
ave de rapina da Amazônia que é a maior espécie de águia do Brasil. Para
presevar as aves foi desenvolvido em 2009 no parque um projeto de
reprodução em cativeiro, que funciona através de parceria com o
Instituto Chico Mendes e o Instituto Nacional da Amazônia (INPA).
Gavião Real é um dos moradores do parque
(Foto: Divulgação / Vale)
Além dos gaviões, a parceria também cuida do resgate e recuperação de
várias espécies. “A nossa prioridade é reintroduzir os animais no
habitat, mas se eles já foram domesticados, como uma arara que já vivia
em uma casa, a gente destina a outros parques”, esclarece Leandro
Jordy.
Graças a políticas como esta, o local se tornou uma importante
ferramenta para ações de educação ambiental na região. Em dezembro de
2012 o Parque Zoobotânico Vale inaugurou uma sala interativa onde o
visitante pode entrar em contato de forma mais próxima com a diversidade
natural amazônica. Com cerca de 400 espécies da fauna e da flora, na
Sala de Exposições é possível, por exemplo, conhecer o animal
proporcionalmente mais forte do mundo: o besouro-rinoceronte, que pode
carregar até 850 vezes o próprio peso.
O Parque mantém ainda um herbário; uma sala de coleções com frutos,
sementes, madeiras e insetos; e hospital veterinário. Além das
exposições, o parque realiza atividades especiais em dias temáticos.
“Isso faz parte de um programa de médio prazo de educação ambiental, o
Projeto de Educação Ambiental em Áreas Protegidas, de caráter
conservacionista, voltado para a conservação da floresta, do bioma
amazônico”, explica Leandro Jordy.
Serviço
O Parque Zoobotânico de Carajás é aberto ao público diariamente, das 9h
às 15h30. Endereço: Estrada Raimundo Mascarenhas, s/n KM 26 - Núcleo
Urbano de Carajás, sudeste do Pará. O acesso ao parque é feito via
terreste, de carro ou de van, saindo de Paraupebas. Visitas podem ser
agendadas pelo telefone (94) 3327-4878.
Fonte: G-1