Diariamente usuários de drogas fazem fila na calçada do número 509 da Alameda Barão de Piracicaba em busca de abrigo, alimento e um banho. A porta da igreja, chamada de Cristolândia, fica diariamente repleta de colchões rasgados e camas de papelão, onde os dependentes químicos se alinham em busca de abrigo.
Segundo o Folha.com após a operação policial que dispersou uma multidão da conhecida como cracolândia, a igreja passou a manter suas portas abertas 24 horas por dia, funcionando em esquema de plantão para atender os usuários de crack.
O projeto tem como objetivo encaminhar os dependentes químicos para tratamento, trocando “crack por Cristo”, e já encaminhou mais de mil pessoas para internação e centros de formação evangélica.
“Estou correndo do cachimbo [de crack] e dos homens. Aqui a polícia deixa a gente em paz”, diz Daiane Soares, 26, que espera a seis dias vaga em uma clínica que aceite casais para se tratar junto com o namorado, Wesley, 20.
O pastor Humberto Machado, 53, é coordenador da missão e conta que nas duas últimas semanas, o número de internações, via Cristolândia, aumentou consideravelmente: “Fazíamos uma média de 40 por mês. Já chegamos ao dobro disso em dez dias e vamos abrir 200 novas vagas”.
O pastor Humberto usa sua experiência como ex-usuário de cocaína para falar com o pessoal vindo da cracolândia: “Cheirava cocaína dia e noite, comia lixo, fui preso e humilhado. Só via trevas”, relata.
A Cristolândia é mantida por doações das igrejas Batistas. Os gastos são de R$ 70 mil por mês. Para atrair usuários de crack para os cultos matutinos, oferecem refeições, banho e roupa limpa.
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