Ao menos 25 bebês morreram na Santa Casa de Misericórdia do Pará, nos últimos 15 dias. O sindicato dos médicos diz haver superlotação na unidade e denunciou a situação ao Ministério Público do Estado.
"Há uma superlotação que acaba resultando em má qualidade de atendimento", afirma João Gouvea, diretor administrativo do sindicato.
O Ministério Público do Pará já investiga mortes ocorridas no ano passado.
"As crianças estão amontoadas. Os leitos ficam muito próximos e, dessa forma, aumentam os casos de infecção hospitalar", diz o diretor.
Segundo Gouvea, além do excesso de crianças na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal, há falta de equipamentos e deficit de funcionários. "Enquanto o Ministério da Saúde preconiza um médico neonatologista para cada dez crianças nesse tipo de UTI, há ocasiões em que um profissional tem que cuidar de mais de 20 bebês", destacou Gouvea.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública e a Fundação Santa Casa de Misericórdia confirmam as 25 mortes, mas negam que elas tenham ocorrido por negligência ou falhas estruturais.
As instituições também.
“Falar que os bebês são prematuros é uma justificativa furada. Isso é lamentável, já que o estado é responsável pela gestão da saúde. Por que esses óbitos estão ocorrendo? Porque não há regulação, a demanda de atendimento é maior que a capacidade, não há médicos suficientes, não há equipamentos para todos, e isso contribui para a infecção hospitalar”,
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