Simão Jatene tenta ressuscitar a Inês com iscas para a águia que nos devora o fígado
A
fotografia acima ilustra a embaixada, capitaneada ontem (27) pelo
governador Simão Jatene (PSDB), ao STF, para protocolar Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão, visando impingir ao Congresso
Nacional a regulamentação da Lei Kandir.
No
final de 2011, Jatene anunciou que impetraria a ação, e estava “com a
peça jurídica praticamente concluída”. O causídico é muito lento: passou
um ano e meio para concluir o que estava “praticamente concluído”.
> Observações políticas
Independente do justo mérito jurídico, há observações
políticas a serem feitas:
1. A Lei Complementar n° 87, emprestou o seu aposto do deputado que a erigiu: Antonio Kandir, do PSDB de São Paulo.
2. O presidente da República que coonestou o golpe tributário gestado na Avenida Paulista, foi FHC, do PSDB.
3. O governador do Pará, na época em que a lei foi discutida e aprovada era Almir Gabriel, do PSDB.
4. O secretário de Planejamento do Pará, na mesma ocasião, era o atual governador Simão Jatene, também do PSDB.
5. Os deputados do PSDB do Pará, votaram a favor do cumprimento à intelligentsia tributária tucana, usando o chapéu do Pará e demais estados golpeados.
O PSDB condenou o Pará às perdas que sofre desde
1996, portanto, é justo que o próprio labute para mitigar o descuido.
> Marasmo
O
que causa espécie é o tempo que passou para providenciar: oito anos de
Almir Gabriel, quatro anos de Jatene, e mais, praticamente, três anos de
Jatene: 15 anos de pura desídia.
>
Atitude político-eleitoral
A atitude
não passa de uma cena político-eleitoral, pois é sabido que tais ações
dormem no STF, que não decide contra a União quando em jogo estão
políticas de Estado, e as mesmas razões aventadas como justificativas da
lei, em 1996, são recepcionadas até hoje como subsistentes: “o
incremento nas exportações é vital para o crescimento econômico do
Brasil.”.
Concordo que seja, mas que a União não
fizesse isso devorando o fígado dos estados exportadores, que passaram a
ser os prometeus da República.
Depois
que a Inês é morta, querer capturar a águia com ações de
inconstitucionalidade, não passa de um golpe de mídia: o fígado que já
foi devorado, diferente do de Prometeu, jamais regenerará, o que nos
tira a possibilidade de prevenir, nos restando apenas tentar remediar.
Por Helder Barbalho
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