Aumenta a violação da liberdade religiosa em Cuba, diz CSW
A
Christian Solidarity Worldwide (CSW) preparou um relatório sobre a
situação atual da Liberdade Religiosa em Cuba, com dados de 2013 e
primeiro semestre de 2014, baseados em pesquisas e denúncias recebidas
pela entidade neste período. Segundo o documento, somente nos primeiros
seis meses deste ano, a CSW documentou aproximadamente o mesmo número de
casos que apresentam violações à liberdade religiosa em Cuba
registrados em todo o ano de 2013, ano este em que já havia ocorrido um
aumento destes problemas em 50% se comparado com 2012.
A CSW pede que a comunidade
internacional cobre respostas do Governo cubano para as crescentes
violações da liberdade religiosa em Cuba, sobretudo porque o país faz
parte do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e do
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Culturais e Sociais
(PIDECS), que possuem ações que visam proteger a liberdade religiosa.
Contrariando o PIDCP e o PIDECS, as
dificuldades criadas pelo governo em seus rígidos controles estatais
fazem com que igrejas não consigam finalizar os procedimentos de
registro e sejam obrigadas e ter uma atuação legal. Denúncias de
dificuldades para liberação de vistos, acesso à mídia para impressão de
literaturas religiosas, credenciamento de seminários, construção e
renovação de prédios aumentam no país. Cresce também a quantidade de
casos de fechamento ou confisco de prédios de igrejas, incluindo as
históricas e registradas.
Através de seus agentes de segurança, o
Governo vigia, investiga, e muitas vezes até detém os líderes religiosos
que estejam envolvidos com atividades consideradas suspeitas de serem
‘contra-revolucionárias’. São muitos os casos em que detenções ocorrem
sem que existam justificativas, e que posteriormente são embasadas em
falsas acusações. Mervyn Thomas, Chefe do Executivo da CSW, disse:
“Estamos profundamente preocupados porque o governo cubano parece
entender a defesa da liberdade de religião ou crença como atividade
contra-revolucionária”.
O pastor Mario Barroso, já citado no Brasil pela ANAJURE, que inclusive recebeu ameaça de detenção mais de uma vez enquanto esta matéria era preparada (Clique aqui e veja o relato completo do caso *em inglês),
é citado no relatório da CSW como um dos pastores que tem sofrido com a
perseguição em Cuba, que alcança também católicos, Testemunhas de
Jeová, Adventistas e outras minorias religiosas.
Líderes religiosos também denunciam que o
Departamento de Assuntos Religiosos cubano, pertencente ao Comitê
Central do Partido Comunista, existe apenas para monitorar, esconder e
restringir atividades dos grupos religiosos. O Departamento tem o
histórico de negar autorização para uma série de atividades religiosas,
tendo cooperação das agências do governo. Penas de multa e confisco das
propriedades particulares das igrejas e de outras organizações
religiosas também são emitidos com facilidade. A mesma facilidade de
atuação não ocorre quando o setor é procurado para agir em defesa destes
líderes.
A conclusão do documento diz que o
Governo Cubano usa de artimanhas e truques para convencer a comunidade
internacional de que está comprometido com a defesa dos Direitos Humanos
e da Liberdade Religiosa no país. Os dados apresentados neste relatório
da CSW provam que há uma crescente onda de intolerância religiosa em
Cuba e que o Governo tem sido ineficiente em resolver tais conflitos.
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