"É incabível construir elevados sobre as passagens em níveis no perímetro urbano", entende o sociólogo. Várias cidades já estão se mobilizando para a construção de desvios que acabem com o transtorno das ferrovias em zonas urbanas. Jaraguá do Sul é o caso mais adiantado. A união entre a Associação Comercial e Industrial (Acijs) e a prefeitura disponibilizou recursos para o projeto. "Joinville está seguindo o mesmo caminho. Acho vantajoso o desvio por uma questão de custo", explica.
Uma obra de desvio da malha ferroviária requer parcerias com todos os envolvidos no setor. Em Joinville, só a obra dos 17 quilômetros custaria R$ 17 milhões. Ainda não há avaliação do valor das desapropriações necessárias. "O município sozinho não poderia bancar uma obra como essa", reconhece o arquiteto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (IPPUJ), Gilberto Lessa dos Santos.
Para viabilizar o orçamento milionário da obra é preciso parceria entre América Latina Logística (ALL), responsável pela malha, prefeituras e Ministério dos Transportes. O sociólogo Antônio Odilon Macedo salienta que com a privatização do setor, o trânsito nas linhas ferroviárias aumentará significativamente. Segundo Macedo, quando a malha foi construída, no início do século passado, não se imaginava o crescimento das cidades. "A ferrovia acabou influenciando esse crescimento. Agora, temos que arrumar alternativas", disse.
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