segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Trens viram tormento de centros urbanos ,em Parauapebas um tal ramal ferroviario dividirá a cidade em quatro partes


Municípios do Norte querem trocar barulho e perigo dos comboios por mais turismo e sossego
 
 
Marco Aurélio Braga
Retirar o transporte ferroviário de centros urbanos, criando novas linhas férreas, é mais econômico do que construir viadutos ou túneis dentro dos municípios. Essa é a opinião do sociólogo Antônio Odilon Macedo, da empresa Prosul, responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do desvio da malha ferroviária de Jaraguá do Sul e Guaramirim, no Norte. Mesmo com um custo de R$ 1 milhão o quilômetro de ferrovia, o especialista entende que teria que mudar toda a estrutura das atuais ferrovias para não prejudicar o desenvolvimento dos municípios.

"É incabível construir elevados sobre as passagens em níveis no perímetro urbano", entende o sociólogo. Várias cidades já estão se mobilizando para a construção de desvios que acabem com o transtorno das ferrovias em zonas urbanas. Jaraguá do Sul é o caso mais adiantado. A união entre a Associação Comercial e Industrial (Acijs) e a prefeitura disponibilizou recursos para o projeto. "Joinville está seguindo o mesmo caminho. Acho vantajoso o desvio por uma questão de custo", explica.

Uma obra de desvio da malha ferroviária requer parcerias com todos os envolvidos no setor. Em Joinville, só a obra dos 17 quilômetros custaria R$ 17 milhões. Ainda não há avaliação do valor das desapropriações necessárias. "O município sozinho não poderia bancar uma obra como essa", reconhece o arquiteto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (IPPUJ), Gilberto Lessa dos Santos.

 Para viabilizar o orçamento milionário da obra é preciso parceria entre América Latina Logística (ALL), responsável pela malha, prefeituras e Ministério dos Transportes. O sociólogo Antônio Odilon Macedo salienta que com a privatização do setor, o trânsito nas linhas ferroviárias aumentará significativamente. Segundo Macedo, quando a malha foi construída, no início do século passado, não se imaginava o crescimento das cidades. "A ferrovia acabou influenciando esse crescimento. Agora, temos que arrumar alternativas", disse.

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