Um pastor evangélico foi preso por ofensas a homossexuais
durante um protesto realizado em uma sessão plenária do parlamento do Chile.
Javier Soto protestava contra a proposta de aprovação do
casamento gay no país durante a votação do projeto, quando passou a se referir
aos deputados favoráveis ao casamento gay como “sujos” que iriam “para o
inferno”.
Antes de ser contido, afirmou ainda que a prática homossexual
era um pecado: “Isso é uma vergonha, homens com homens”, esbravejava.
Diante do tumulto, o deputado Ricardo Rincón, presidente da
Comissão de Constituição, pediu que se investigasse como o pastor conseguiu
entrar na reunião, e Soto respondeu dizendo que tinha sido convidado pelo
parlamentar evangélico Jorge Sabag, de acordo com o site La Tercera.
O pastor foi ouvido pela Polícia e liberado, mas voltou a ser
preso dias depois, acusado de ofender e agredir o porta-voz do Movimento de
Integração e Libertação Homossexual, grupo ativista liderado por Rolando
Jiménez no Chile.
Após a prisão, os ativistas gays moveram um processo contra o
pastor, dizendo que ele os perseguia constantemente e incentivava outros
evangélicos a fazerem o mesmo.
Ouvido pelo Tribunal, o pastor Soto disse que sua postura
estava “correta, porque [nós evangélicos] não somos covardes. Temos de defender
aquilo que acreditamos”, e acrescentou que estava sendo perseguido por pregar
contra a “perversão e obscenidade” da militância homossexual.
“O que me dá força é que devo continuar a pregar o evangelho.
Se for o caso de agora pregar somente aos presos, pregaremos”, concluiu, antes
de ouvir a sentença de prisão por 541 dias. No entanto, Soto admitiu a agressão
ao ativista gay em troca da redução da pena para 60 dias.
A condenação do pastor foi comemorada por ativistas ateus do
Chile, que publicaram uma nota dizendo que “a religião é uma escolha pessoal”,
e por isso não haveria razões “para ir gritar” com as demais pessoas sobre suas
crenças. “Quem não está cansado disso?”, questionaram.
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