segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Nordeste que o Turista Não Conhece




Muito se fala nas belezas naturais do nordeste brasileiro. Os roteiros dos diversos estados, da Bahia ao Maranhão atraem turistas do mundo inteiro. As paisagens inigualáveis e as praias paradisíacas, em contraste com o povo simples hospitaleiro, chamam a atenção de todos.


Mas existe um nordeste que o turista não conhece, que a sociedade brasileira não conhece. Não estou falando da seca ou da fome, nem da desigualdade social, porque disso qualquer cidadão certamente já viu, em reportagens na TV ou nos jornais. Realmente isso também chama a atenção e choca, provocando ora indignação ora comoção e piedade.


O nordeste que poucas pessoas percebem é o que sofre com a seca espiritual da falta de Deus. O povo tem fome sim, mas da palavra de Deus; Tem sede sim, mas sede de justiça, não uma justiça social que se pratica dando cestas básicas, mas da justiça que quebra o jugo da escravidão do pecado, através da pregação do evangelho.


Igrejas têm muitas, belas construções, de todos os estilos e credos. Porém, a maioria é como sepultura caiada, oca, não tem a água da vida eterna para oferecer ao povo que caminha vertiginosamente para o inferno. Muitas delas ao mesmo tempo em que pregam uma mensagem de amor, lançam as pessoas no jugo da idolatria, de regras e de leis criadas por homens.


A verdade que liberta, de graça, através de Jesus Cristo pouco é proclamada. Milhares de pessoas nunca ouviram falar de Cristo que deu sua vida por amor. A imagem do Jesus que morreu na cruz esta em quase todas as casas, em todas as paredes, por tradição ou modismo, como um objeto de decoração, ou até por identificação com a figura de um homem que sofre como eles, mas poucos sabem que o filho de Deus ressuscitou e que é o único caminho, verdade e vida. O triste é saber que sem Cristo a vida eterna desse povo será muito mais, imensuravelmente mais sofrida que essa vida na seca.


Pesquisas realizadas por instituições comprometidas com a evangelização do povo nordestino, como a missão JUVEP, demonstram que nesses estados (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão), em mais de 320 municípios apenas 3% da população conhecem a Deus. Na zona rural a situação é ainda pior, onde 0,6% conhece o evangelho da salvação. Existem mais de 10 mil aglomerados humanos sem nenhum crente. Ao todo são 12 milhões de pessoas esperando que os liberte. Quem dará a água da vida para esse povo?


Enquanto o nordestino clama por salvação, nós estamos, em nossas confortáveis igrejas, bebendo e comendo da palavra da melhor qualidade, ficando verdadeiros obesos espirituais, cheios de conhecimento da graça e da misericórdia de Deus, sem repartir desse alimento essencial para a vida terrena e eterna.


Jesus quando subiu aos céus não fez um pedido à seus servos, Ele deu uma ordem: “Ide por todo mundo e prega o evangelho à toda criatura...”. Fazer missões não necessita de um chamado especial, trata-se de uma obediência. Precisa sim de um preparo e orientação específica para o local onde Deus quer nos usar.


Quando falamos de missões, e logo nos vem a mente os países onde o evangelho é proibido, longas distâncias, muito investimento. Povos não alcançados de outros países, outros continentes. Sim eles precisam de Jesus. Mas e o Brasil? E o nordestino, o pantaneiro, o ribeirinho, os que vivem nas fronteiras? Aqui não precisamos aprender outra língua, não precisamos de passaporte e visto e nem de muito dinheiro, só de disposição um coração obediente, pronto para servir. O nordestino continua a olhar para o céu e perguntar: Quem me valerá?

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