segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Mais do mesmo: a perpetuação do feudalismo nas eleições 2012


O Feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações servo-contratuais (servis) e tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na Europa durante a Idade Média (476/1453).




Feudo é a terra outorgada por um suserano ao vassalo, em troca de fidelidade e ajuda militar.





As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia baseada na agricultura de subsistência, trabalho servil e economia amonetária e sem comércio, onde predomina a troca (escambo).



Atualmente, fazendo uma comparação entre o feudalismo apresentado nos livros de história e o que se percebe numa simples análise da realidade política de praticamente todas as cidades do sul e sudeste do Pará, tem-se que o feudalismo continua forte e longe de acabar no Estado.

Há o feudalismo a nível estudual, que funciona durante as eleições gerais, e o feudalismo municipal, que funciona nas eleições municipais.

Os senhores feudais são sempre os mesmos, detentores do poder político e, via de regra, também do poder econômico. Os vassalos, via de regra, também são sempre os mesmos, subalternos em busca de pequenos espaços para chamar de seu.

Nessa relação de eterna dependência, com uma ou outra modificação ou exceção, os grupos políticos vão se preparando para as disputas eleitorais que ocorrem a cada dois anos sem que a parte mais interessa no bom trato da coisa pública tome providências para mudar a precária situação.

Infelizmente, a população brasileira ainda vê com desdém a temática “política” e se distancia de tudo aquilo que envolve o tema para não se ‘contaminar’ com o odor que o mesmo exala. Porém, mal sabe aquele que assim se comporta que está contribuindo para a perpetuação das coisas ruins que vê e ouve nos telejornais.

A “apatia é o pior mal da política”, como bem disse um dos maiores cientistas políticos contemporâneos, Norberto Bobbio. Realmente, ao se distanciar do meio político, os “bons” permitem que os “maus” dominem o cenário político de tal forma que reverter o quadro para o lado do bem fica cada vez mais complexo.

Abrir mão do conforto de casa, com a presença da família e amigos, como o pouco tempo que sobra numa sociedade corrida como a que vivemos, é certamente difícil, principalmente quando a troca é para tratar de “política”.

Contudo, ou a sociedade trata de se organizar para participar mais ativamente do jogo político ou então terá que se contentar em ser eterna refém, pois já dizia Arnold Toynbee, historiador britânico do século 20:





"O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam."



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