quinta-feira, 14 de março de 2013

O 1º papa da América Latina: de Jorge Bergoglio a Francisco I

Os bastidores do penúltimo conclave contam que Bergoglio e Ratzinger protagonizaram um impasse eleitoral que só foi solucionado com a declaração daquele, aos cardeais, que abria mão de ser escolhido

O detalhe foi esquecido e não se apostou em Bergoglio. Orientado por leituras, coloquei as fichas no italiano Scola e no canadense Ouellet. Scherer não tinha chances: a sua ligação com a Cúria lhe dava um teto menor que os votos necessários.



> Cristina Kirchner: lembranças do passado


Desafeto do kirchnerismo, Bergoglio recebeu um telegrama da presidente Cristina parabenizando-o, mas, ao mesmo tempo, ela providenciou com que a imprensa portenha requentasse os protagonismos que ligaram o papa à ditadura militar argentina.

Não é primeira vez que se acusa um papa contemporâneo de namoro com ditadores: Pio XII ganhou a alcunha de “Papa de Hitler”, por um suposto acordo feito com o Führer para imunizar o Vaticano.


Para os defensores de Pio XII tudo não passa de “invenção satânica”, mas é fato que ele não deu um pio contra a incineração de milhões de judeus (Holocausto), a ponto de, incomodada com o passado, a Igreja Católica, em 1998, ao mesmo tempo que defendia Pio XII das “calúnias”, pedia perdão ao povo judeu pela omissão. O documento foi encomendado por João Paulo II e ficou conhecido como SHOAH.


> A Igreja Católica argentina flertava com a ditadura

A Igreja Católica argentina ajudou a ditadura militar. A “Associação Mães da Praça de Maio” acusou Bergoglio de passividade no sequestro, pelos militares, dos jesuítas Jalics e Yorio, que criticavam os ditadores.

Também pesou contra Bergoglio a acusação de cumplicidade na prática de subtrair, das mães, bebês nascidos em prisões clandestinas, para doações à famílias próximas aos militares.

O jornalista Horacio Verbistky, em um livro sobre a relação amistosa da Igreja Católica argentina com a ditadura, reproduz uma carta na qual Bergoglio assina a uma mãe que lhe reclamou ajuda para reaver o filho, que esse estava nas mãos de “um bom casal”.

Bergoglio negou as acusações e afirmou que quando se reunia com integrantes da Junta Militar que governava a Argentina era para “pedir libertação de sacerdotes”.



> Bergoglio: um padre de hábitos simples

 ex-arcebispo de Buenos Aires andava de ônibus e não tinha ajudantes domésticos: cozinhava a própria comida.

É radicalmente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a ordenação feminina, o aborto, o sexo fora do casamento e tudo aquilo que todos fazem e depois vão comungar, na busca da remissão da Hóstia Santa.


> Francisco I

Um jesuíta, Bergoglio homenageou com o nome papal o pioneiro e co-fundador da Companhia de Jesus, São Francisco Xavier, que ficou conhecido como o "Apóstolo do Oriente" pelo seu trabalho evangelizador no Oriente.


A Igreja Romana, na questão missionária, é tão devedora a Francisco Xavier (o padroeiro dos missionários) como o é à Paulo de Tarso, que para mim foi o mais genial evangelizador do cristianismo.
Fonte: Parsifal Pontes


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