segunda-feira, 23 de março de 2015

Presidente da CINDRA, Júlia Marinho diz que prioridade é conter as enchentes no Acre






Por Priscilla Torres 

Revisando sua agenda lotada para o fim de semana no Estado do Pará, a deputada Júlia Marinho nos recebeu em sua nova sala, na secretaria da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia. Nesta entrevista, a paraense, que foi eleita presidente da CINDRA por unanimidade, mostra que o cargo não lhe foi dado por acaso, já que é uma exímia conhecedora da Amazônia e região Norte do Brasil, e revela quais serão as prioridades da comissão para 2015.

Qual o sentimento de no primeiro mandato já presidir uma comissão?

Primeiro, de muita expectativa. Não estava nos nossos planos assumirmos uma presidência de comissão. Inclusive, até tinha dito que esses primeiros seis meses de mandato, eu, inicialmente, iria observar. Apesar de já conhecer a Casa, devido aos três mandatos que o meu marido, Zequinha Marinho, cumpriu como deputado federal, eu estou chegando agora. Então, associada à expectativa, vejo como uma grande responsabilidade e muito privilégio. O que eu vou fazer agora é corresponder à confiança do meu partido.

Por que a senhora acredita que o PSC lhe confiou o cargo?

Nós já militamos no partido há alguns anos, temos seriedade no que fazemos e tenho a oportunidade de coordenar o PSC Mulher no Estado do Pará. Através dessa função, já conheço todo o Estado e tenho visto de perto as dificuldades e necessidades da população. Também já tivemos a oportunidade de viajar com o nosso presidente, pastor Everaldo Pereira, por vários municípios, participando de eventos do PSC. Além disso, o nosso líder, deputado André Moura, confia no nosso trabalho, o que me deixa lisonjeada. 

Como a senhora afirmou, é conhecedora de toda a região Norte. Sua agenda no Estado aumentou
 após a presidência da CINDRA?

A gente já anda bastante na região há muito tempo, e no que diz respeito ao Pará, eu tenho a honra de dizer que conheço todos os 144 municípios do Estado. Conheço de perto a realidade, dificuldades e necessidades que a população enfrenta. O Pará, por exemplo, é o segundo maior Estado do Brasil. Por isso, nossa agenda é constante antes e durante o período de eleição, e principalmente após as eleições. Todos os finais de semana nós temos agenda em cinco, seis municípios. As pessoas estão com uma expectativa muito grande no nosso mandato, já que eu sou a única deputada federal eleita na minha região. E pra correspondermos, precisamos estar presente e em constante contato com a população. Principalmente agora, como presidente da CINDRA.

O que a senhora acha que faltou na gestão passada da comissão?

A CINDRA é uma comissão tranquila, sem muita polêmica. Apesar das grandes demandas que nós temos na região, eu acredito que o andamento foi correspondido. Tem apenas uma questão polêmica que recebemos da gestão anterior, referente à criação de um banco regional do Centro-Oeste. Trata-se de um projeto que já passou por várias comissões e está aqui desde o ano passado. Mas vamos analisá-lo e designar um relator. Independente disso, acredito que foi uma gestão tranquila, comprometida e que atendeu às necessidades da população. 

Quais serão as prioridades da comissão para este ano?

Nós temos muitas prioridades. Mas neste momento inicial, a maior delas diz respeito às enchentes no Acre. Nós sabemos que as chuvas não estão atingindo só o Acre, mas a calamidade neste momento se encontra lá. Tivemos um problema muito sério no ano passado em Rondônia, com o Rio Madeira, e temos, todos os anos, problemas com os rios Negro, Tapajós e Amazonas. Mas o foco agora está no Acre. A cidade de Rio Branco está com oito bairros alagados, sem contar Xapuri e outros municípios. Inclusive, a comissão aprovou um requerimento de minha autoria na primeira reunião para tentar ajudar a população acreana. Entramos também com um requerimento solicitando atenção à questão dos aeroportos. A região amazônica, por ser muito chuvosa, tem essa dificuldade. Nós temos pistas de pouso que nos assustam quando temos que pousar ou decolar. Temos municípios grandes, com uma população razoável, que não tem aeroporto. Se a gente precisar descer em Xinguara, por exemplo, que é conhecida como a capital do boi gordo, precisamos utilizar a estrada de uma fazenda. E da mesma forma é no baixo Amazonas, Macapá, Roraima, Acre, Rondônia e até na Bahia. Além disso, com a crise que o Brasil está enfrentando, precisamos ter mais hidrelétricas. Poderíamos ter muitas hidrelétricas que oferecessem energia para todo o Norte e todo o país. Temos também a questão dos assentamentos. O Pará hoje é o Estado onde está registrado o maior número deles, e precisamos regularizar a situação dessa população. E, não menos importante, também será nossa prioridade a questão indígena. Muitas aldeias estão desassistidas, outras com conflitos de limitação de áreas. São muitas questões que precisam ser analisadas e solucionadas neste ano.

Então, apesar de ser uma comissão que engloba todo o país, a prioridade será a região Norte?

Nós temos, por exemplo, na região Nordeste, a questão da transposição do Rio São Francisco, dos aeroportos, dos portos, dos semiáridos, de pessoas que sofrem com as secas. São questões que precisamos olhar com atenção.  Além disso, precisamos acelerar as ferrovias, que vão baratear os preços dos produtos transportados e desafogar as rodovias. Claro que teremos que olhar com uma atenção redobrada para a região da Amazônia, mas isso não significa que deixaremos de lado as outras regiões. À medida que as demandas forem apresentadas a gente vai trabalhar as soluções.

Como deputada e conhecedora da região Norte, qual a senhora acredita ser a maior necessidade da região amazônica? 

 O fato de sermos da região Norte dos dá um certo respaldo de conhecimento. Até pouco tempo, essa comissão era apenas a Comissão da Amazônia. Através do projeto do deputado Arnaldo Jordy ela foi transformada na também Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. No que diz respeito à Amazônia, hoje, acredito que a maior necessidade seja a conclusão da hidrelétrica de Belo Monte. Através dela, chegará energia a várias cidades de Macapá, Amapá, Roraima e haverá menos sobrecarga na de Tucuruí, o que beneficiará o Pará e todo o país. 

Os indígenas serão prioridades em seu mandato? 

Com certeza. No feriado de carnaval, estive visitando algumas aldeias no sudeste do Pará e pude ver a necessidade de os atendermos com mais atenção. Eles precisam de escolas, de uma infraestrutura melhor e principalmente de saúde de qualidade. Em uma dessas visitas, conheci um cacique que estava doente, com diagnóstico de dengue, e que não estava sendo tratado. Precisamos levar saúde e educação para as aldeias, principalmente porque hoje muitas já estão bem mais civilizadas, porém, algumas ainda vivem em situação precária. 

Há planos para os membros visitarem a Amazônia nos próximos meses?

Nós estamos planejando fazer uma audiência pública no município de Itaituba. Temos várias situações que precisam ser estudadas in loco pelos membros da CINDRA, mas ainda não temos uma data confirmada para essa visita. 

O que a população tem a ganhar com a senhora à frente dessa importante comissão?

Eu acredito que muito, porque aqui na Câmara eu sou uma porta-voz do povo da Amazônia, que engloba nove Estados. A gente fala a mesma língua, conhece as dificuldades, sabe das prioridades e com certeza a população tem uma expectativa boa em relação ao nosso trabalho. E eu, particularmente, quero muito corresponder a essa expectativa. 

 ASCOM PSC Nacional 

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