Entramos
na Semana Santa, tempo dedicado pelos cristãos às orações, reflexões e jejuns,
culminando com a paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Nada de orações
vazias, os tempos atuais exigem dar sentido prático à nossa fé. Proponho
dedicarmos esses dias, até a Festa da Páscoa, a reflexões sobre como a
corrupção dominou a sociedade brasileira e como podemos nos livrar dela,
assumindo compromisso para estirpá-la de todas as partes, inclusive das nossas
vidas, tornando a nossa casa e o nosso país limpos e sadios.
A
corrupção dominou nossas instituições e, por isso, vivemos uma verdadeira crise
moral, tanto na política, quanto na sociedade.
A
corrupção política deriva da corrupção social, que é consequência de um coração
corrupto. Se o coração do homem fosse puro, não haveria corrupção. “Porque onde
está teu tesouro, lá também estará teu coração” (Mt 6,21)
O Brasil
está cansado de tanto dinheiro público desviado por empresários, políticos e
funcionários públicos. O dinheiro deveria melhorar a vida das pessoas –
inclusive a de quem o rouba –, financiando políticas públicas de educação,
saúde, geração de emprego e rendas. O dinheiro público que iria melhorar a vida
de muitas pessoas, acaba financiando o luxo de poucos.
O mal
exemplo dos dirigentes do país espalha-se como rastilho de pólvora por todos os
cantos do país. Atingindo o coração das pessoas, influenciando negativamente as
relações sociais.
Incomodam
o comportamento mentiroso, inescrupuloso, anti-éticos das pessoas em relação as
outras.
O que é
corrupção?
O
Dicionário da Língua Portuguesa define
corrupção como o comportamento desonesto, fraudulento ou ilegal que implica a
troca de dinheiro, valores ou serviços em proveito próprio. No sentido figurado
é a degradação moral.
A
corrupção fede. Segundo o Papa, uma sociedade corrupta exala um odor
insuportável.
No tempo
de Jesus Cristo apareceram pessoas corruptas e Ele as combateu incessantemente.
Apontou a corrupção dos fariseus, dos saduceus, dos essênios e dos zelotas. Não
os combateu apenas com palavras, mas usou até um açoite para expulsar os
vendilhões do Templo de seu Pai.
Jesus
Cristo sempre praticava o que pregava.
É
hipocrisia apontar a corrupção que ocorre no governo, entre os empresários e políticos
e praticá-la no cotidiano, nos pequenos gestos, quando para se extrai proveito
de uma situação, deixa-se de cumprir as regras e respeitar o direito das outras
pessoas.
Não
fiquemos preso ao passado ruim da nossa sociedade. As corrupções que estão
acontecendo deve nos desafiar a mudar o país e as nossas vidas.
Devemos
desestimular atitude corruptas em nossa sociedade. qualquer vantagem pessoal
por menor que ela seja, precisa parar. Fraudar licitações. Deixar de entregar o
que foi contratado. Superfaturar preços públicos. Criar dificuldade para vender
facilidade. Chega de todo esses males que nos maltratam.
Como um
verdadeiro cristão, devemos fazer um propósito de usar a verdade em tudo no
nosso cotidiano. Limpemos o nosso coração da corrupção praticada até aqui. E
como pessoas limpas, ajudemos a construir um sociedade limpa, cheirosa.
Pensei em
terminar essa reflexão com as leis penais sobre corrupção e outros crimes
conexos. Mas, ao contrário, resolvi seguir com Jesus Cristo, que deixou apenas
uma lei, com um único artigo, mas que, sendo observado, livraria a nosa
sociedade desse grande mal: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro
mandamento maior do que estes”. (Marcos 12:31).
Se
amarmos o próximo como a nós mesmo, não há hipótese para a prática de qualquer
ato de corrupção, pois a corrupção ofende quem recebe e quem pratica.
Artigo
publicado no Estado do Tapajós
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