sábado, 12 de fevereiro de 2011

A arte de multiplicar os custos do novo hospital

Repare os valores da primeira licitação...



.. o que consta na placa da segunda licitação. mais de 200% de aumento



Acima, o elefante branco que dizem que vai consumir mais de R$ 30 milhões

Quem passar em frente a obra inacabada do hospital, localizado na rua “A” e verificar a nova placa, que estipula R$ 25.235.039,82 para o terminar a casa de saúde e lembrar que até poucos meses, havia outra placa, afirmando que o valor da obra era de R$ 8.683.139,35 poderá imaginar que está sendo acometido de uma ilusão de ótica ou na melhor da hipóteses, está diante de outra obra.

Antes que o cidadão saia correndo, à procura de tratamento médico, o jornal informa que não é ilusão de ótica, assim como deixa claro que trata-se da mesmíssima obra, iniciada há quase quatro anos.

Apesar da evidente necessidade da população em contar com o benefício, uma vez que o atual Hospital Municipal, construído no distante 1982, pela Vale, não atende mais a demanda, a obra é o que se pode chamar de eleitoreira, iniciada com o claro objetivo de garantir a reeleição do prefeito Darci Lermen. As intenções do alcaide ficaram tão evidentes que logo após a sua eleição, os serviços foram abandonados.

Elefante branco – O esqueleto de concreto, que hoje não passa de esconderijo de desocupados, foi erguido a toque de caixa, sem se preocupar com as questões técnicas, a ponto de uma de suas pilastras ter avançado sobre o passeio público da rua 5. Informações de que o prédio não atendia os requisitos básicos para um hospital foram divulgadas na imprensa local e aventou-se a possibilidade inclusive da edificação ser demolida. Segundo consta, uma averiguação da Sespa teria encontrado muitas irregularidades e a obra foi embargada. Na verdade, o embargo se revelou desnecessário; a prefeitura há muito não assentava um mísero tijolo na edificação, entretanto, o prefeito disse que que o projeto seria refeito. Como nenhuma empresa de elaboração de projetos costuma fazer filantropia, principalmente com a prefeitura, é justo supor que a prefeitura voltou a gastar com o novo projeto, mas, foram o secretário de Saúde, Evaldo Benevides que adiantou que o hospital ainda custaria outros R$ 20 milhões, ninguém mais se pronunciou.

Com o passar do tempo, o elefante branco passou a ser uma espécie de testemunha silenciosa da irresponsabilidade de uma administração que consome os recursos públicos de maneira perdulária e sem se preocupar em dar satisfação à sociedade.

Agora, quase quatro anos após o início das obras, coincidentemente quando as mais diversas forças políticas começam a falar de eleição municipal, a administração desengaveta o projeto, que entre outras coisas deve servir para vitaminar a futura candidatura o candidato do prefeito, em 2012.

O que impressiona – Se a súbita ressurreição do finado hospital não for capaz de impressionar os mais desatentos, a arte de multiplicação dos custos é algo digno da seção “incrível, fantástico, extraordinário”. Basta ver a primeira placa do hospital, na qual estipulava um custo de um pouco mais de R$ 8 milhões e comparar com a segunda placa da mesma obra. Como por encanto, os serviços tiveram uma majoração de mais de 200% e ultrapassou a casa dos R$ 25 milhões.

Em conversa com o jornal, um vereador afirmou que logo após o retorno do recesso, o tema seria debatido na Câmara, não descartando a hipótese da instalação de uma CPI. Ainda que o caso merecesse, nos últimos tempos o Legislativo tem sido muito leniente com o Executivo. Basta ver casos como o desaparecimento de bilhões de reais, sem apresentação de obras e serviços que justificassem a quantidade de recursos que entram nos cofres do município. O pagamento em dobro da ponte da saída da cidade, a não prestação de conta do Executivo ao Legislativo, a perda de receita na ordem de R$ 47 milhões pelo município, por mero descuido são alguns episódios que denotam a indulgência do Legislativo em relação ao Executivo.

De qualquer forma, as fotos acima que comprovam a irregularidade podem ainda ser o fio condutor a uma investigação séria do Ministério Público, afinal, os valores constantes são uma espécie de confissão pública.

Postado por Marcel Nogueira

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