terça-feira, 12 de novembro de 2013

Ferrovia para extrair mais rápido o minério do Pará

Por Zé Carlos do PV




O novo impacto sobre a vida, meio ambiente e a economia dos paraenses, será o Ramal Ferroviário Sudeste do Pará, construído pela Vale para escoar a produção mineral do Salobo e da Serra Sul (S11D). A opção adota, será a Alternativa 4 e passará por dentro da Floresta Nacional dos Carajás e da área urbana da cidade de Paraupebas.

O tráfego ferroviário no Ramal será de até 14 pares de trens por dia que permitirá transportar uma produção de 138 milhões de toneladas de cargas. A área de influência atingirá o núcleo urbano de Parauapebas, desde do km 0 até o km 30+500, totalizando 259,64 ha;





Tudo isso, foi liberado pelo IBAMA, com apenas duas audiências públicas e pouca participação do Estado do Pará e dos municípios impactados. Os três mil operários que participarão dessa construção, somados aqueles que trabalharão na implantação da mina Serra Sul, chegam todos os dias a Canaã e Paraupebas, fazendo um verdadeiro rebuliço na economia e no meio ambiente local.

Para ofertar casas para abrigar os operários, loteamentos irregulares se espalham, desvastando morros, igarapés e nascentes. Os serviços públicos de saúde, educação e segurança pública não crescem na mesma proporção para dar conta de atender as pessoas. Um caos ambiental e social feito pela Vale com a anuência do IBAMA e sem que o Governo do Pará se importe.


Me incomoda muito a passividade do Governo do Estado do Pará na defesa do seu território e de suas riquezas. A Vale está aperfeiçoando as técnicas para extrair e transportar o máximo dos nossos minérios e o menor espaço de tempo possível e o Pará nem gritar, grita. Nem apoiar os prefeitos, apóia. Nem se dispões estar ao lado da sociedade local. 

As imagens que me vem a cabeça são aquelas dos navios portugueses trazendo escravos e levando pau brasil, todos os dias, sem que que os habitantes da terra tivessem o direito de se manifestar, por ser os governantes da época, todos portugueses, aliados da coroa e dos exploradores dos recursos naturais. Tanto tempo se passaram e nós estamos presos a lógica colonialista. 

Eu quero sair, quero a liberdade, desejo disser não a esse modelo e preciso de parceiros para um jornada em prol da construção de um modelo de relacionamento com os recursos naturais que permita construir a felicidade. 

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