quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

FERRO EM CARAJAS, O FIM ESTA PROXIMO!



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A tabela acima demonstra o cronograma esperado de produção de minério de ferro pela Vale, em Parauapebas, mediante a expansão das minas atuais. O projeto Adicional 40 Mtpa já se encontra em andamento. Alguém ainda tem dúvidas de que, a partir de 2027, a coisa vai ficar preta? Essa tabela consta do estudo encomendado pela empresa para pautar seu projeto de expansão e abertura de novas cavas. No próximo texto, você verá como a mineradora visualiza Parauapebas após o fim da atividade da indústria extrativa.

EXPANSÃO DAS MINAS
Com a expansão, cavas se multiplicarão e minério de ferro acaba em 2027

Anote na agenda: em 2027, se o plano de expansão das minas de Carajás der certo, e com a capacidade produtiva aumentada dos atuais 110 milhões de toneladas por ano (Mtpa) para 150 Mtpa, todo o minério se esgota, e o último que sair apague a luz.

Não pense que só porque o minério já está com data marcada para este ou aquele ano que a produção não pode aumentar e, ao mesmo tempo, diminuir sua vida-útil. Pode, sim, e é essa a intenção. Ao cruzar as 235 páginas do Relatório Anual 2012, da Vale, publicado este ano para a CVM dos Estados Unidos, com outras 113 folhas do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) elaborado pela Amplo, consultoria contratada pela mineradora para fazer o estudo que detalha até quais espécies de animais e vegetais precisam ser removidos para a mineração passar, é possível ver que o fechamento das minas ocorrerá mais rápido do que se imagina e que, muito pior, Parauapebas vai enfrentar problemas econômicos gravíssimos exatamente quando o vizinho e filho Canaã dos Carajás estiver bombando. 
Na mais nefasta das lembranças, tudo o que Marabá passou com relação a Parauapebas, ao ter perdido a parte mais rentável de minérios, Parauapebas passará com relação a Canaã. Muitos voltarão a assistir ao mesmo filme triste caso um planejamento estratégico não seja pensado para o presente e o futuro do hoje rico município.
No tocante à expansão das minas em Serra Norte, isso já é fato praticamente consumado e se chama Adicional 40 Mtpa. Com os 150 Mtpa do Projeto Ferro Carajás, em Parauapebas, somados aos 90 Mtpa iniciais de S11D, em Canaã dos Carajás, a Vale venderá 240 Mtpa do melhor minério de ferro do mundo, uma quantidade suficiente para erguer em 365 dias 40 mil torres Eiffell, aquela que é o símbolo de Paris, capital francesa. Evidentemente, quando a produção de Serra Norte começar a recuar, a empresa aumentará o passo pelas bandas de Serra Sul, em Canaã dos Carajás e, aí, sim, poderá até desvendar os segredos da Serra Leste, em Curionópolis.
DILEMA
Para a Vale, não é fácil lidar com o mercado de commodities, sobretudo do minério de ferro, cujo preço anoitece, mas não amanhece o mesmo. Antes de pôr em prática o plano B, de expandir as minas de N4 e N5, a mineradora viveu um dilema: ou esgotar o minério das cavas em operação e deixar um pouco de recursos para alimentar nem que fosse a curiosidade de gerações futuras; ou expandir as minas para exaurir tudo em Serra Norte e se mandar sem remorso.

Se optasse pela primeira alternativa, o minério de Parauapebas sobreviveria apenas até 2017, com sucessivas baixas até exaurir totalmente em 2024. A partir daí: desemprego; todos descendo de Carajás; queda na arrecadação; final de royalties; e cada um (mineradora, prefeitura e trabalhadores) procuraria tocar sua vida.

Ao optar pela segunda alternativa, a indústria extrativa ganha sobrevida porque as reservas inferidas dos corpos N1, N2, N3, N6, N7, N8 e N9 passarão a ser lavradas e anexadas aos Enes (4 e 5) em produção atualmente. O maior dos Enes anexos, no entanto, só tem minério estimado para cinco anos e meio. É N1, com 854 milhões de toneladas.

Logo, a sobrevida produtiva, no cronograma da Vale, é de apenas dez anos, a partir de 2017. Ou seja, as minas de Serra Norte deverão se exaurir em 2027. E até 2036, entre os acabamentos finais dos restinhos e o plano de recuperação das áreas mineradas, nada mais haverá, a não ser um fosso social de proporções desconhecidas em Parauapebas, caso o município não deixe de gravitar à sombra da mineração e saiba aproveitar as benesses que essa base econômica ainda dá conta de oferecer no presente.

No próximo texto, você saberá a dimensão do impacto da exaustão das minas de Serra Norte para as contas do município de Parauapebas, conforme um estudo encomendado pela Vale.

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