terça-feira, 24 de junho de 2014

PTB rompe com Dilma e decide apoiar candidatura de Aécio


Ministros e deputados do PT disseram que foram pegos de surpresa com a decisão

Por: O Globo O PTB decidiu não apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, depois de ter se comprometido com o PT e de, há um mês, ter oferecido um almoço, na sede do partido, em Brasília, para a presidente. Em nota, assinada pelo presidente nacional do PTB, Benito Gama, a legenda anunciou que integrará a aliança em favor do candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves.

“Hoje, mais uma vez sintonizada com o desejo de mudanças que vem sendo expressado pela ampla maioria do povo brasileiro, o PTB declara seu apoio ao senador Aécio Neves para as eleições presidenciais desse ano”, diz a nota. “Essa decisão atende o clamor da maioria da bancada federal e de estados, onde os conflitos locais entre PTB e PT ficaram insustentáveis, como, por exemplo, Distrito Federal, Roraima, Piauí e Rio de Janeiro”.

O PT foi surpreendido pela decisão do PTB. Na convenção nacional que vai referendar a indicação da presidente Dilma, neste sábado, ministros e deputados disseram que foram pegos de surpresa e que não estava no radar do governo e do partido perder tão perto do fim do prazo das coligações o apoio do PTB.

- O PT não cumpriu nada que prometeu. Só nos empurrou com a barriga - diz um dirigente do PTB.

Foto: Reprodução/ Internet Foto: Reprodução/ Internet 
A cúpula do PTB, comandada por Benito Gama, estava reunida desde quinta-feira, em Brasília, arquitetando a virada de mesa. Entre os motivos elencados pelos petebistas estão a falta de apoio do PT a dois senadores: João Vicente Claudino, que desistiu de concorrer à reeleição no Piauí porque os petistas vetaram seu nome, e Mozarildo Cavalcanti, em Roraima, que também esbarrou na falta de apoio do PT.

A cúpula petebista diz também que o Palácio do Planalto se comprometeu em bancar a indicação do senador Gim Argello para o TCU mesmo sabendo dos processo dele na Justiça. No entanto, diante da repercussão, os petebistas viram o Planalto lavar as mãos - o que foi qualificado pelo PTB como "uma sacanagem" e alimentou o desejo de migrar para a candidatura de Aécio Neves.

O tucano vinha mantendo conversas com Benito há meses. Nos últimos anos, ele também conversava sistematicamente com o ex-presidente da legenda Roberto Jefferson, preso por envolvimento no mensalão. Segundo petebistas, pesou na decisão, agora, a desidratação de Dilma e a relação difícil estabelecida com as bancadas do PTB no Congresso Nacional. Na maioria dos estados, a decisão foi um alívio porque havia muita resistência ao apoio à reeleição.

Questionado se haveria algum tipo de constrangimento em receber apoio de um mensaleiro, já que historicamente o PTB é comandado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado e preso no processo do mensalão, Aécio minimizou.

- É uma aliança de partido. Não cabe a mim fazer avaliações individuais - afirmou Aécio.
A convenção petista, que acontece neste sábado em Brasília, e está homologando a candidatura de Dilma Rousseff à presidência, foi alvo do tucano.

- Recebo informações de que na convenção do PT a palavra que mais se fala é mudança. Chego a conclusão que esse governo é tão ruim que até o PT quer mudar - afirmou Aécio.

As especulações sobre quem vai ser o vice na chapa do senador Aécio Neves ( PSDB) à presidência da República também marcou a convenção do Solidariedade, que confirmou o apoio aos tucanos. A aproximação entre PSDB e PSD conduzida nas últimas semanas por aliados de Aécio esfriou. Aumentou a especulação sobre o nome do ex-senador Tasso Jereissati caso os tucanos optem por uma chapa puro-sangue. O PSDB, disse Aécio, já acertou o apoio do PTB, que deverá fazer o anúncio oficial.

- Deixo para as lideranças do PTB se pronunciarem sobre isso - afirmou Aécio Neves,

sem
deixar de esconder o sorriso no rosto.

Segundo líderes do Solidariedade e de tucanos próximos a Aécio, a provável escolha de Márcio França (PSB) para vice do governador Geraldo Alckimin (PSDB) inviabilizou a aproximação com o PSD, que queria indicar o vice na chapa tucana ao governo paulista.

- Estávamos otimistas com a possibilidade de ter o PSD na nossa chapa, mas a escolha do PSB para a vice do Alckimin inviabilizou a aproximação - afirmou o presidente nacional do PSD, o deputado federal Paulinho da Força.

Apesar de ter declarado apoio público a presidente Dilma Rousseff (PT), o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, vinha negociando o apoio da legenda aos tucanos nas últimas semanas.
- Mas ainda há chances - afirmou um tucano próximo a Aécio.

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