sábado, 25 de janeiro de 2014

A FARRA DOS CARGOS PÚBLICOS NO BRASIL.


Anjo Boligan

O cartunista mexicano Anjo Boligan é considerado um dos melhores do mundo e já venceu 137 prêmios internacionais no ofício. Abaixo, uma de suas obras, sobre a mudança de comportamento da puberdade digital.
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E abaixo a crítica de Boligan à violência no México:
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25/01/14

Brasil tem 1,5 milhão de pessoas livremente nomeadas por gestores públicos

A estrutura orgânica dos EUA, aí compreendidos a presidência da República, governadores, prefeitos e poderes legislativos, tem a prerrogativa de nomear cerca de 100 mil cargos de confiança.
Os prefeitos municipais dos EUA nomeiam cerca de 30 mil cargos, mas observe-se que os EUA têm 18.443 municípios.
O presidente da República dos EUA nomeia cerca de 9 mil cargos. Os governadores cerca de 3 mil e os poderes legislativos estaduais e municipais cerca de 58 mil.
O grosso cálculo fiz a partir de informações do portal United States Census Bureau.
> No Brasil
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Fundamentada em dados do Ministério do Planejamento, a Veja reportou que o presidente da República do Brasil nomeia 23.579 pessoas: quase o triplo do que nomeia o presidente dos EUA, a maior economia do mundo.
A Veja compara os cargos de confiança nomeados pelos mandatários de alguns países com o Brasil. O número dos EUA, segundo a Veja (8 mil), aproxima-se da conta que fiz (9 mil):
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Ao se somar os cargos de confiança de toda a estrutura orgânica da Federação brasileira (União, Estados e municípios), o camelo passa no buraco da agulha: presidente, governadores, prefeitos e membros do Poder Legislativo nomeiam livremente, segundo cálculos da OCDE, garimpados nas fontes do IBGE, cerca de 800 mil pessoas.
O custo anual dessa sandice ao erário da República é cerca de R$ 40 bilhões: o dobro do dispêndio do Governo Federal com o programa Bolsa Família, que paga cerca de R$ 20 bilhões por ano para 13,8 milhões de famílias.
> Pode ser mais
O escritor e historiador Célio Turino, no artigo “Reduzir cargos de livre nomeação para melhorar a Gestão Pública”, aumenta a conta: segundo ele, se agregarmos à estrutura acima citada os cargos de livre nomeação nos partidos políticos, que são pagos com o erário através do fundo partidário (R$ 294 milhões em 2013), o contingente sobe para 1,5 milhão de pessoas.
> Nós podemos!
Para finalizar o retrato em preto e branco desse amargo problema, volto a colar o quadro comparativo da Veja:
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Apenas o gabinete do governador do Pará tem mais assessores de livre nomeação do que a presidência da República do Chile e do que os primeiros ministros da Alemanha e da Inglaterra!

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